sábado, janeiro 18, 2014

"Medo que dá medo do medo que dá"


E aí eu choro.
E hoje eu chorei. Muito.

Medo de ficar sozinha?
Medo de me descobrir uma fraude?
Medo de nunca saber o que fazer?
Medo de estagnar?
Medo de crescer?
Medo de ser ignorada?

Medo, medo, medo.

Tenho medo do medo. Medo de me tornar minha tia. Medo de me tornar eu mesma.

O último mês tem sido bastante difícil pra mim. A grande coisa é que não houveram grandes dramas, apenas os de sempre, mas que de alguma forma estão me atingindo mais do que eu gostaria. 

Algo sobre mim: morro de medo de ter depressão e, por isso, me tornei uma pessoa extremamente racional externamente, que simplesmente não me permito desenvolver sentimentos pelos outros. Mas certas coisas não controlamos e, por mais que a casca seja dura, sempre tem algo que passa. E receber a notícia de que você não é boa o suficiente, arrasa qualquer um. 

Meu medo tem fundamento. Minha tia sofre de depressão há muitos anos e eu vi o que uma pessoa em estado avançado pode fazer. Sei que cada pessoa é diferente da outra, mas a quantidade de vezes que já me disseram que eu parecia com minha tia é absurda! Até algumas decisões que eu já tomei na vida, foram comparadas. Por isso, tento ser o oposto. Tento ser sempre alegre, disposta, amiga, que sabe levar a vida de forma leve e tranquila. Tudo baboseira. Atrás de cada gesto meu está um planejamento. Tenho certeza de que se eu mostrar o que eu realmente sou, vou afastar todos.

T.O.D.O.S.

Analisando a fundo, isso não é de hoje. Eu iniciei o blog pois sempre me senti assim (isso há quase 10 anos, no extinto weblogger).

Enfim, o que fazer para que todo esse medo vá embora?
Não sei. E tenho medo de descobrir.




quinta-feira, janeiro 16, 2014

Poi f*der com música, é f*uder com qualidade.

[esse post estará carregado de referências sexuais, fora que utilizarei expressões variadas que conheço para representar a mesma coisa. Tô avisando logo]

A pedido de uma amiga, montei uma lista de músicas para tr*par.

Pois é. O legal é saber que alguém confia no meu gosto musical, mesmo eu não entendendo p*rra nenhuma de música. Já de "lepo lepo" acho que entendo um pouco mais (porém nem tanto também...), mas curti o desafio.

Claro que algumas músicas eram óbvias pra mim, pois são aquelas que sempre que eu escuto, me arrepio. Mas de resto... foi bem complicado. Cada pessoa tem um ritmo. Pra mim, não da pra "dar" de cara ao som de, sei lá, She's like Heroin (SoaD) - que está na lista, porém no final - tem que começar sutil, aquele momento de descoberta. Contei com a ajuda (consciente, inconsciente e inconsequente) de alguns amigos e, no final, a lista ficou com 16 músicas e (safados) 69 minutos de duração.

EU acho que foi uma mensagem divina, ou quase isso. A pessoa cria a f*cking lista para a hora do coito e a mesma termina com o bendito 69? Tudo certo no mundo.

Não tô dizendo que minha lista tá boa, até porquê ainda não testei (nem minha amiga do início do post). Mas tenho orgulho do meu feito.

Bem, aqui está a lista:

  1. Massive Attack - Teardrop
  2. Goldfrapp - Ooh la la
  3. Peggy Lee - Fever
  4. Nine Inch Nails - Closer
  5. Queens of the Stone Age - A song for the dead
  6. Muse - Hysteria
  7. Led Zeppelin - Kashmir
  8. Kings of Leon - Sex on fire
  9. Muse - Supermassive Black Hole
  10. Muse - Undisclosed desires
  11. Led Zeppelin - Whole lotta love
  12. Buckcherry - crazy bitch
  13. Marilyn Manson - mObscene
  14. System of a down - She's like heroin
  15. Theory of a deadman - Bad girlfriend
  16. Muse - Feeling Good



terça-feira, janeiro 14, 2014

Nem tão do nada.

E aí, do nada, você se dá conta de que está tudo errado.

Utilizar essa expressão (do nada) é apenas uma maneira de se enganar. Nunca é do nada. Sempre tem um histórico ao qual escolhemos fechar os olhos para que só precisemos lidar com o baque final, e ainda assim com ar de vítima. Nem vou jogar o discurso de que devemos assumir o nosso destino, que devemos abrir os olhos e, assim, evitar de nos magoarmos no final.

Tudo isso é blá blá blá pra mim, pois sou a rainha da ilusão.

Eu vivo num mundo único de fantasia. Realmente acredito no melhor das pessoas, que ninguém é falso comigo, que todos são verdadeiros em suas declarações... Mas agora vem o pior: eu acredito que ainda vou encontrar meu príncipe encantado e finalmente aprenderei o que é o amor. Piegas? Imagine!

Mas para a sociedade, sou uma pessoa cética e tudo isso é a maior babaquice.

O ruim disso tudo é que, todas as vezes em que quebro a cara, não tenho com quem reclamar sem ser chamada de "mulherzinha", "fresca", "dramática" (por mais que desenvolvamos essa ideia de sociedade igualitária, sem isso de machismo ou feminismo, ainda recebo esses adjetivos. Porque, aparentemente, não posso demonstrar esse tipo de reação sem ser uma pessoa fraca).

Então, quando acontece de eu me quebrar feio, me resta chorar sozinha ou ser hipócrita (o que, convenhamos, eu sou. Já que acredito em algo que eu mesma julgo!)

Bem, a verdade é que, do nada, percebi que fiz péssimas escolhas e que agora a tendência é que eu me fod*. Só que esse do nada, não é do nada, pois eu já sabia e nada fiz para controlar. Apenas sei que quando eu me fud*r, vou precisar de uma sociedade mais acolhedora.

É. Fud*u.

segunda-feira, novembro 18, 2013

Quase adulta

Tanto tempo que não escrevo. Sei que apenas estou traindo a mim mesma, mas essas são as piores promessas a serem quebradas.

Tanta coisa mudou desde meu último post. Eu cresci (e não foi em altura).

Comecei o ano como uma jovem-adulta-infantil. Em questão de apenas 4 meses, mudei minha atitude perante a vida e parece que a mesma resolveu responder à altura. Nas coisas boas e nas ruins, a situação mudou de uma forma tão absurda, que tenho medo de atingir os 360º e tudo retorne ao ponto de partida.

Minha mãe está viva e saudável. Meu namoro de 03 anos acabou. Arranjei um emprego. Aprendi a me amar. Aprendi a amar mais e a mais pessoas (utilize aqui o sentido que preferir). Meu irmão caçula saiu de casa por não nos considerar família. Fiz novos amigos, mantive os antigos, perdi outros. Uma tia que muito amei faleceu. Viajei. Conheci mais de um lugar novo (dentro e fora da minha cidade). Tive novas experiências. Experimentei coisas novas para mim (velhas para o mundo). Escutei novas músicas. Vi novos filmes. Me desafiei. 

E continuo me desafiando diariamente.

Comecei um ano na merda, acho até que já escrevi aqui. Começou com minha mãe doente (inicialmente causa desconhecida, depois tumores no mediastino - lugar entre o coração e o pulmão - e órgãos genitais) e eu sendo pessoa responsável por cuidar dela e de tudo em casa, um irmão na Ucrânia, o outro aprontando por aqui mesmo, desempregada, em um relacionamento que havia se tornado pura amizade, com vergonha de encarar meus amigos devido minha estagnação na vida... Dark ages total.

Estamos no mês 11, e há 04 meses todo esse inferno se transformou. Conversando com meu irmão (o que estava na Ucrânia, não o que saiu de casa), cheguei a conclusão de que esse ano não foi ruim, ele foi apenas um ano de quebras. Coisas que me fizeram mudar.

Não é a idade que nos diz em que fase da vida nos encontramos, mas como passamos a encarar as experiências vividas.

Hoje, posso afirmar, sou quase adulta.

segunda-feira, julho 08, 2013

Um dia qualquer... Todos os dias.

Abro o olho. 
Focalizar. 
Exercício mental diário: tentar imaginar que horas são... e sempre errar. 
Tatear o quarto em busca do óculos e do celular (para conferir o erro). 
Apurar a audição. 
Barulho na cozinha. 
Irmãos falando alto, mas não presto atenção. 
Mãe começa a reclamar de algo, também não presto atenção. 
Alguém diz meu nome, percebo que devo levantar. 
Procuro a toalha, sabonete e escova de dente. 
Me tranco no banheiro. 
Me olho no espelho.
Encaro o reflexo: imagino o que ela está pensando.
Julgo minha aparência.
Tiro a roupa.
Ligo o chuveiro.
Molho a cabeça para acordar e talvez me sentir melhor comigo mesma... não funciona.
Volto para o quarto.
Encontro uma xícara de café ainda fumegando na escrivaninha.
Agradeço por ter minha mãe em minha vida.
Fico triste pois não sei mais o que fazer pela sua saúde. 
Coloco um sorriso no rosto: "Mãe, está pronta para irmos ao seu médico?".