segunda-feira, novembro 18, 2013

Quase adulta

Tanto tempo que não escrevo. Sei que apenas estou traindo a mim mesma, mas essas são as piores promessas a serem quebradas.

Tanta coisa mudou desde meu último post. Eu cresci (e não foi em altura).

Comecei o ano como uma jovem-adulta-infantil. Em questão de apenas 4 meses, mudei minha atitude perante a vida e parece que a mesma resolveu responder à altura. Nas coisas boas e nas ruins, a situação mudou de uma forma tão absurda, que tenho medo de atingir os 360º e tudo retorne ao ponto de partida.

Minha mãe está viva e saudável. Meu namoro de 03 anos acabou. Arranjei um emprego. Aprendi a me amar. Aprendi a amar mais e a mais pessoas (utilize aqui o sentido que preferir). Meu irmão caçula saiu de casa por não nos considerar família. Fiz novos amigos, mantive os antigos, perdi outros. Uma tia que muito amei faleceu. Viajei. Conheci mais de um lugar novo (dentro e fora da minha cidade). Tive novas experiências. Experimentei coisas novas para mim (velhas para o mundo). Escutei novas músicas. Vi novos filmes. Me desafiei. 

E continuo me desafiando diariamente.

Comecei um ano na merda, acho até que já escrevi aqui. Começou com minha mãe doente (inicialmente causa desconhecida, depois tumores no mediastino - lugar entre o coração e o pulmão - e órgãos genitais) e eu sendo pessoa responsável por cuidar dela e de tudo em casa, um irmão na Ucrânia, o outro aprontando por aqui mesmo, desempregada, em um relacionamento que havia se tornado pura amizade, com vergonha de encarar meus amigos devido minha estagnação na vida... Dark ages total.

Estamos no mês 11, e há 04 meses todo esse inferno se transformou. Conversando com meu irmão (o que estava na Ucrânia, não o que saiu de casa), cheguei a conclusão de que esse ano não foi ruim, ele foi apenas um ano de quebras. Coisas que me fizeram mudar.

Não é a idade que nos diz em que fase da vida nos encontramos, mas como passamos a encarar as experiências vividas.

Hoje, posso afirmar, sou quase adulta.

segunda-feira, julho 08, 2013

Um dia qualquer... Todos os dias.

Abro o olho. 
Focalizar. 
Exercício mental diário: tentar imaginar que horas são... e sempre errar. 
Tatear o quarto em busca do óculos e do celular (para conferir o erro). 
Apurar a audição. 
Barulho na cozinha. 
Irmãos falando alto, mas não presto atenção. 
Mãe começa a reclamar de algo, também não presto atenção. 
Alguém diz meu nome, percebo que devo levantar. 
Procuro a toalha, sabonete e escova de dente. 
Me tranco no banheiro. 
Me olho no espelho.
Encaro o reflexo: imagino o que ela está pensando.
Julgo minha aparência.
Tiro a roupa.
Ligo o chuveiro.
Molho a cabeça para acordar e talvez me sentir melhor comigo mesma... não funciona.
Volto para o quarto.
Encontro uma xícara de café ainda fumegando na escrivaninha.
Agradeço por ter minha mãe em minha vida.
Fico triste pois não sei mais o que fazer pela sua saúde. 
Coloco um sorriso no rosto: "Mãe, está pronta para irmos ao seu médico?".

sexta-feira, maio 24, 2013

Aprendendo

Sempre me surpreendo comigo. Acredito que nunca me conhecerei completamente. Hoje descobri que não sei chorar por tristeza, apenas por beleza ou raiva. Não lembro de ter chorado muito com a morte de meu pai (fiquei muito, muito triste, porém poucas lágrimas), mas hoje chorei de soluçar! uma raiva tão grande que meus olhos não conseguiram conter as lágrimas que correram por meu rosto. O que só me deu mais raiva. Como posso rebater qualquer argumento, quando minha voz me trai, assim como meus olhos?
A raiva traz o pior de mim, porém, hoje, foi esclarecedor. Era necessário. Talvez não dá forma como ocorreu, mas era algo que teria que sair de dentro de mim em algum momento. Espero ter forças para agüentar as consequências.

quarta-feira, maio 01, 2013

Ser (ou não) mãe

Estamos perto do dias das mães e estava conversando com umas amigas sobre o tema, quando TODAS ficaram chocadas quando eu proferi as seguintes palavras:
-- "EU não quero ter filhos"

Não imaginei que causaria tanta surpresa, principalmente nesse tempo moderno em que vivemos. Não tenho o desejo, muito menos planos de ter filhos. Foi aí que começaram as afirmações / indagações que, para mim são, no mínimo, ofensivas. 

Na coluna de afirmações encontramos: Espere até ter o seu / Você está dizendo isso agora, quando ficar mais velha isso muda / Você não sabe do que está falando (essa é a minha favorita!)

Já na coluna dos questionamentos temos: Você não gosta de crianças? / Você sofreu abusos na infância? / Sabia que é um processo natural? / O que seu namorado acha disso?

O legal é que ninguém busca saber quais são os meus motivos, minhas motivações. Nunca sofri abusos, tenho uma mãe amorosa, sei que é natural e amo criança! Quanto ao meu namorado, não chegamos a conversar abertamente sobre isso... Também não creio que seja algo que eu esteja dizendo apenas agora.

A verdade é que não quero ter filhos pois sei que, no momento que os tiver, eu irei amá-los. Eu fui criada por uma mãe solteira que nos ama tão intensamente, que se anula em nosso favor, fazendo tudo por nós. Também não quero ter a vida de pessoas em minhas mãos. Se quisesse, viraria policial ou algo do tipo. Ou seja, meus motivos são, de uma forma geral, egoístas, pois não quero me machucar.

Esse é apenas um dos meus milhões de argumentos. É bem por aí....

peace.

sábado, abril 06, 2013

Problemas: inveja.

Novamente, tenho vivido intensos momentos de dúvidas e problemas sem solução. Como uma pessoa normal, deveria encarar e, aquilo que não tivesse solução, eu apenas ignoraria e partiria para outra. Mas aí é que mora o problema, eu não sou uma pessoa normal. Além de me estressar com os meus problemas insolúveis, adquiri a terrível mania de assumir o dos outros. Mas ainda assim, isso não é 1/10 do meu problema.

Acho que estou vivendo um terrível caso de inveja. Inveja do mundo. Sem querer ser dramática (mentira, eu sou dramática, então eu QUERO fazer drama!), mas vivo brigando constantemente com a minha consciência, para que ela tenha vergonha e aceite as coisas como estão. Percebe-se que não está funcionando.

Eu nunca alcanço o que desejo, nunca ganho o que eu quero. Meu sonho sempre foi viajar. Então ano passado, faltando 01 semestre para terminar a faculdade, falei para minha mãe: "não quero fazer formatura, eu quero uma viagem de presente!". Em um cenário perfeito, ela teria me ouvido e entendido as minhas razões. Mas como estamos falando de minha vida, ela ignorou o fato e fez a bendita festa de formatura. Foi tudo lindo e maravilhoso, mas não era o que eu queria. Então eu disse "mãe, eu não quero um carro, eu quero fazer uma viagem" e, novamente, fui completamente ignorada e ela comprou o carro de meu irmão mais velho (que repassou mais caro, e ela comprou para que ele não tivesse prejuízo) e me entregou a chave, me transformando na motorista da família. Daí vemos meu irmão: 22 anos, na época desempregado, que pediu uma viagem pela Europa de 03 meses. O que ele ganhou? Exatamente isso. Nessa hora que minha inveja fica mais a flor da pele. Eu faço de tudo para ser a melhor filha do mundo, trabalho desde que comecei a faculdade (o salário nunca foi bom, mas eu ajudava em casa), altamente responsável e focada. Aí olhamos meu irmão: irresponsável, egoísta em diversos pontos, desorganizado e que nunca planejou nada na vida (eu sou o oposto). Não sei se é por ele ser o caçula ou o homenzinho, ou qualquer que seja o motivo, eu fico puta de raiva e, obviamente, inveja.

E esse é apenas um dos problemas que ficam martelando constantemente... é isso aí.

domingo, março 24, 2013

Mãe.

Como as coisas podem ser complicadas.
Certas coisas em nossas vidas são possíveis de serem calculadas, mensuradas, planejadas, organizadas. Mas a grande maioria possui tantas variáveis impossíveis de serem controladas que tudo o que podemos fazer é tentar deixar tudo próximo da perfeição, para que quando algo acontecer, possamos minimizar os impactos.
E quando a própria situação está tão fora de controle que quando algo acontece você não sabe de onde foi atingido?

Tudo o que posso escrever é sobre a minha experiência. Meu caso é o último. Você não pode controlar o que se passa com as outras pessoas, seus hábitos e, muito menos, sua saúde (muitas vezes, nem nos mesmos conseguimos controlar nossas funções biológicas). De uma forma geral, minha vida está desandando desde dezembro. Segundo minha mãe, estamos passando por "uma crise de mal olhado". Os problemas são os mais variados, desde meu irmão caçula e suas escolhas de vida (coisas para outro post) até aquilo que está tirando o meu sono: a saúde de minha mãe.

Sou filha de mãe solteira, mas isso nunca foi nenhum trauma para mim, pois ela sempre conseguiu suprir todas as necessidades de carinho e atenção que eu e meus irmãos necessitávamos. Porém, só percebemos essas coisas quando estamos mais velhos. Quando era mais nova, nunca dei muito valor aos sacrifícios que ela estava fazendo por todos nós. Hoje percebo o quanto ela deveria ter sido egoísta. Ela abandonou tudo por nós, seus sonhos e até cuidados pessoais.
E, por isso, hoje ela está doente.

Na verdade, não sabemos o que ela tem, estamos correndo atrás de exames e tal, mas é difícil não perceber as mudanças que estão ocorrendo. Dói demais não poder fazer o mesmo por ela, de abrir mão de tudo para pagar seus cuidados médicos.

Espero conseguir resolver tudo...

domingo, março 17, 2013

Quando o presente se torna o passado

O quanto mudamos com o tempo?
Comecei esse blog em 2008, com apenas 19 anos e cheia de dúvidas sobre quem eu era e sobre quem eu gostaria de ser. Essa semana resolvi ler algumas postagens mais antigas, apenas para saber o quanto eu tinha crescido e todas essas baboseiras normais de quando você atinge uma certa idade. Aparentemente uma empreitada que tinha tudo para dar certo, só que não foi isso que aconteceu.

A maioria das dúvidas ainda estão aqui. Quem eu quero ser quando crescer? Alias, quando eu vou saber que eu cresci?

Acho que não mudamos tanto, apenas ficamos especializados em nos enganar e fingir muito bem.

quarta-feira, março 13, 2013

Novos começos e uma difícil realidade

E mais uma vez estou aqui, com a intenção de voltar a escrever regularmente, mas sem saber por quanto tempo essa motivação vai, realmente, fazer efeito.
Na condição de diário aberto, fiquei pensando em como eu deveria estar bem mais engajada nesse blog do que estava sendo (ou não sendo), o que me fez refletir o porquê de eu ter parado de escrever, algo que sempre amei, mesmo sem ter nenhum tipo de vocação para o mesmo. A palavra refletir não consegue abranger totalmente o que realmente aconteceu. A palavra correta é confronto. Eu ME confrontei, tive um belo bate-papo com minha alma, minha razão, minha emoção. Porém, o interessante quando fazemos isso, é que já sabemos a resposta, mesmo não gostando nem um pouco da mesma. Eu sempre soube qual era o meu problema, mas tinha medo de adimitir.

Porém, se não consigo ser sincera comigo, do que adianta fazer qualquer coisa?

Meu grande problema é: odeio a perfeição e odeio quem tenta ser perfeito. Não quero ser colocada em um pedestal, intocável, como se o mundo fosse muito para mim. Eu sei até onde posso ir, mas não suporto quem fica a todo tempo com frases como "eu confio em você" ou "eu sei que você consegue". Não quero pena, quero igualdade.

Mas o que isso está relacionado com o parar de escrever? É difícil adimitir para mim mesma, mas ao escrever, sabia que era exatamente isso que iria acontecer. Não sou uma louca que não gosta de elogios, mas acredito que até eles devem surgir na hora certa, e não a todo instante, o que acaba soando falso. Quero escrever e ficar na expectativa de que talvez um desavisado abra o meu blog e se identifique, que um amigo de muito tempo leia e depois comente pessoalmente comigo. Não quero textos tipo "poxa, adorei o seu texto" de pessoas conhecidas. Se sabe quem eu sou, pode falar pessoalmente, não preciso de marcas constantes para me lembrar.

De uma forma geral, meu problema está aí, escancarado para o mundo. Não quero bilhetinhos me lembrando do que já fiz, nem cobranças sobre o que faço ou não. Quero meu espaço aberto para reflexão, meu momento de libertação.

E com isso, encerro meu primeiro post de 2013 que, prometo (para mim), será o primeiro de muitos.

C - ya