quarta-feira, agosto 26, 2009

Gabriela? É você Gabriela?

Ligar errado é algo bastante comum para a minha pessoa. Nada mais
natural do que inverter os últimos digitos e terminar falando com
alguma avó, ou um açougue. Na verdade, já cheguei a bater papo com uma
ligação incorreta, o rapazinho foi até simpático, mas dessa vez foi
ele que tinha ligado errado para o meu celular mas, desfeito o engano,
ele foi bastante legal.

Era um lindo sábado a tarde e minha amiga foi passa-la comigo pois,
afinal de contas, era dia dos solteiros e nós, representantes da classe, não
queríamos passar a tarde de fossa sozinhas, então fomos passear na
praia as 16h da tarde. Devo comentar que estava fazendo MUITO frio, e
a praia estava extremamente deserta, sendo assim, fomos para uma
pastelaria próxima e ficamos conversando durante algum tempo,
até que um dos telefones dela tocou (sim, ela deve ter uns 3 bilhões
de celulares perdidos na bolsa). Se estou contando essa história é
apenas como uma mera observadora.

-- Alô? - Disse ela
-- Gabriela? - Respondeu uma voz masculina
-- Não, moço, o senhor ligou errado.
-- Gabriela? Deixe de brincadeira menina!
-- Não, aqui não é Gabriela, o senhor deve ter ligado errado
-- Ah! Deixa disso Gabriela! Eu sei que é você! Para de ficar brincando.
Nesse momento minha amiga já estava perdendo a calma e seu sotaque
(pois, normalmente, ele é bastante contido) voltou com força total.
-- ÔH MOÇO, AQUI NÃO É GABRIELA NÃO, VIU? O SENHOR LIGOU ERRADO, MEU NÚMERO
É O ****-**** (estou protegendo a integridade de Gabriela/minha
amiga). QUAL É O NÚMERO DELA? uhum... Sei... Olha só, o senhor está
trocando os dígitos do final... É... Então tá. Tchau!

Emburrada, ela guardou o celular. Claro que eu estava chorando de rir
enquanto ela "metia o pau" no cara. Nem 1 minuto se passou e o
telefone voltou a tocar.

--Oh moço, o senhor ligou errado novamente.
-- Ah Gabriela, você está brincando comigo? Poxa, para com isso.
-- AQUI NÃO É GABRIELA, LIGOU ERRADO DE NOVO.

Depois de mais uma rodada de explicações para o amigo da Gabriela, o
telefone foi desligado e voltei a ter meu ataque de risos. Na verdade,
ele não tinha parado ainda, apenas aumentou o nível sonoro, momento
esse que as pessoas ao redor começaram a nos encarar pois eu ria e ela
esbravejava.

Depois de tanto stress, essa minha amiga começou a relaxar e a dar
risada do ocorrido até que (música de suspense)... SIM, o celular
voltou a tocar.

Não sou do tipo que se estressa facilmente, mas tudo tem limite. Ligar
errado para uma pessoa, e ainda insistir que o nome dela não é o que a
mãe e o pai a batizaram (não é um nome comum, isso eu posso dizer) já
é demais, agora, fazer isso 3 VEZES, é fora da realidade!

Sim, pela terceira vez minha amiga atendeu o bendito celular e, para a
minha surpresa, respondeu tudo com uma calma assustadora. Explicou o
acontecido novamente e se despediu. O único sinal de que ela não
estava muito centrada era o sotaque que continuava muito acentuado. É
nesses momentos que eu percebo que nós, baianos, falamos oxente e
coisas do tipo.

Depois do ocorrido o cidadão não ligou mais, porém a dúvida ainda
pairava sobre nossas cabeças: será que ele conseguiu encontrar
Gabriela?

Bem, não sabemos e, na verdade, espero não saber tão cedo.

Hugs

sábado, agosto 15, 2009

Crise da meia/inteira idade

Como essa minha semana foi atípica (entenda como "sem computador" e doente), acabei tendo algum tempo livre, o qual eu utilizei para escrever e, qual a minha surpresa ao notar que não escrevi NADA ÚTIL!

Mas então, resolvi seguir por uma outra linha e está rendendo... Mas não escrevi o suficiente para colocar em um post, mas veremos em breve (assim espero).

Mas sim...

O que uma garota de 20 anos pode fazer em um fim de semana? Pois é, eu não sei. Acho que meus 20 aninhos só estão presentes na minha carteira de identidade, pois tanto mentalmente quanto... Alias, só mentalmente mesmo... eu devo ter uns 60 anos ou, dependendo do momento, 12 anos.

Estou envelhecendo, eu sei que sim. Mas ainda tenho (e gosto de ter) a considerável soma de 12 aninhos. Minha síndrome de Peter Pan vem se mantendo firme e forte. Não sei porque as pessoas insistem em achar que sou responsável, os 20 anos no RG não quer dizer nada! Não estou reclamando (deixando bem claro) e, tão pouco, sou irresponsável, na verdade, sou até uma NERD de respeito: estudiosa e interessada.

A explicação é simples:
* Assisto filmes da Disney com direito a olhos brilhando.
* Brinco de pega-pega com meu primo de 6 anos
* Brinco de luta com meus irmãos e primos
* Corro dentro do supermercado com (novamente) meu priminho (6 anos)

Não acredito que esse seja o típico comportamento de jovens adultos, mas tudo bem...

Porém, analisando bem as minhas características, acabei de perceber um equívoco. Os 12 anos não me representam. Definitivamente não tenho 20, pois não gosto das mesmas coisas que as pessoas da "minha faixa" gostam, mas também tem muitas outras coisas que eu gosto que nenhuma criança (normal) se interessa... Acredito ter uns... 60 anos!

Olha que coisa interessante:
* Não gosto de lugar fechado, entulpido de gente e com o som no último volume
* Prefiro ficar em casa lendo ou assistindo um filme
* Fico na porta do prédio de minha vó conversando com ela e com suas amiguinhas (na faixa dos 70 anos)
* Gosto de ameixa
* Filmes em P&B
* Minha banda favorita: Beatles!

Sei não, viu?

Mas sabe o que é legal? Eu não sei a minha idade, mas não é essa dúvida que me impede de fazer coisas que pessoas de outras idades fariam, sejam na soma dos 12, 20 ou 60. Não fico presa a coisas que são classificadas como "inerentes a minha faixa etária", faço o que gosto e ponto.

Hugs

terça-feira, agosto 04, 2009

Uma Estória minha

Hoje vou postar uma pequena ESTÓRIA minha. Sem fatos reais, nem personagens reais, nem baseado em nada real. Apenas um conto de uma pessoa que não tinha o que fazer.

Pronto, disse.

Na verdade, qualquer semelhança é, realmente, mera coincidência.
Hugs

-------x------------------x-------------x-------------x------------x----------x---



Eu estava em um restaurante com uma amiga, em pleno horário de almoço. Estava muito abatida os últimos dias por causa da minha estupidez constante. Nada demais, só o de sempre mesmo. Mas uma vez eu tinha perdido a chance de admitir meus sentimentos por conta da minha constante timidez.

Minha vida tinha se convertido em uma sequência digna do “Sexta-feira treze”. Até pouco tempo atrás, eu podia jurar de pé junto que estava apaixonada por um cara. Não qualqure cara, era o Túlio. Nos conhecemos 5 anos antes, através de um amigo em comum e acabamos nos tornando grandes amigos, só que eu não sentia apenas amizade por ele. Era muito mais do que isso. Não saberia explicar, pois nunca fui uma pessoa “apaixonável” (tá, inventei a palavra sim, não encontrei outra para colocar aqui), mas sentia algo diferente por ele. Ficava nervosa, gaguejava... Quase um pesadelo. Mas nada disso parecia fazer diferença, pois parecia que ele sequer notava que eu era uma garota!

Como eu disse, nos tornamos amigos logo de cara, tinhamos muitos gostos em comum e, mais ainda, gostos diferentes, o que nos fez tomar como questão de honra mostrar para o outro o que ele estava perdendo. Nossa amizade sempre seguiu por essa linha. Eu apaixonada e ele me tratando como se nada estivesse acontecendo.

Claro que nesses 5 anos cada um de nós teve suas aventuras e namoricos. Em uma certa fase minha, que eu havia decidido esquecer ele, conheci um cara que durou mais de dois meses comigo, o que é realmente um feito, pois eu meio que maltratava ele. Nada demais, só que ele era do tipo “balada” e eu sou do tipo “barzinho”, se é que me entendem. Como nada do que eu tinha era sério e nenhuma das garotas que Túlio se envolvia (sim, envolvia, pois apenas duravam umas 2 noites cada) parecia ter futuro, acabei me acomodando.

Mas nada no mundo parecia fazer sentido naquele momento.

Mais ou menos cinco meses antes, Túlio viajou com a equipe de filmagem dele (ele faz documentários, quer profissão mais sexy que essa?), o que é altamente normal para ele. Só que ele voltou com uma novidade: ele estava noivo.

N-O-I-V-O.

Pois é, todas as minhas esperanças resolveram fugir de vez. Em menos de um mês que ele ficou na Austrália, me volta com essa novidade e, o que é pior, querendo que me tornasse a nova-melhor-amiga da sua futura esposa. Se eu realmente fosse um ser humano, teria dado um belo de um tapa na cara da garota e gritado horrores. Mas como minha mente parece funcionar em uma frequência diferente da normal, acabei aceitando o pedido dele e acabamos virando amigas. A garota era realmente legal. Com o noivado, vieram outras informações adicionais como, por exemplo, o fato de que ele iria morar nas Austrália com a garota. Ou seja, além de perde-lo como meu objeto de desejo, ainda perderia meu amigo.

Mas o destino parece gostar de brincar comigo. Túlio havia se mudado para a Austrália a apenas 2 semanas quando ele disse que voltaria para o Brasil. Eu já não tinha notícias dele há pelo menos 1 mês, o que significa que eu estava tentando tirá-lo do meu sistema (experiência essa que se mostrou bastante inútil, diga-se de passagem). Fiquei sabendo através do nosso tal amigo em comum. Não sabia o motivo de sua vinda e também não sabia quando iria embora. A única certeza era a de que não o veria mais.

Mas aquela era uma segunda-feira em pleno verão. O sol estava escaldante (o que é totalmente aceitável para Salvador) e o calor insuportável, o que só me deixava mais abatida por não poder estar em qualquer outro lugar (que não fosse ali), mas aquele era um dos locais mais tranquilos para se ter uma refeição perto do escritório onde trabalho.

O dia estava correndo sem grandes acontecimentos. Pela manhã fiz algumas ligações, modifiquei alguns traços de um layout para um site que estou desenvolvendo (às vezes esse trabalho pode ser bastante cansativo). Mas, não sei porque, senti que algo estava diferente, uma pequena vibração no ar. Tá, eu não podia sentir essa tal “vibração no ar”, mas tinha algo REALMENTE diferente. Quando meu telefone tocou, quase tomei um susto. “Preciso mudar meu toque urgentemente”, foi a primeira coisa que me ocorreu. Na época estava tocando a música “Sick of life”, do Godsmack, o que é totalmente irrelevante com esse relato, mas ele não combina em nada comigo. Sou uma garota que passa despercebida na maior parte dos lugares. Sou alta com bochechas rosadas, com cabelos castanhos e ondulados. Apenas utilizo roupas “clássicas” em tons claros e sapatos sem salto. Só a partir dessa descrição dá pra notar que Godsmack não combina comigo, mas não importa, eu sempre fui um pouco controversa. Sou uma sucessão de paradoxos.

Mas isso não vem ao caso.

Quando olhei de quem era a ligação, meu coração parou por uns 5 segundos. Devo ter ficado com uma cara estranha, pois Maria já tinha se apressado em perguntar:

- Liu, tudo bem? Quem é no celular?

Eu encarei Maria ainda com a cara branca de nervosísmo.

- humm... É o Túlio.

- ATENDE LOGO ESSE TELEFONE, ENTÃO!!

Não era realmente necessário ela gritar, pois era óbvio que eu iria atender. Mas pelo menos aquela reação dela me fez acordar do turpor que a ligação me havia causado. Me rcompus o melhor que pude (o que, de fato, não quer dizer nada), mas fiz a mesma coisa que sempre fazia quando Túlio resolvia me ligar.

-Alô? – me fiz de desentendida assim que atendi o celular, não podia deixar transparecer que minha respiração estava irregular.

- Liu? Oi, é Túlio.

- Ah! Oi Túlio, tudo bem? – Enquanto falava, me levantei da mesa em que estiava almoçando com Maria e fui até um dos grandes janelões que estava aberto de onde eu poderia ver toda a rua e onde ninguém escultasse o que eu estava falando.

- Tudo sim... e com você? – No momento, eu não pude perceber a exitação na voz dele, só muito mais tarde eu me toquei do fato.

-Bem...

-Ah, que bom...

(silêncio)

-Então, Túlio – Eu não podia deixar aquele silêncio constrangedor entre nós, já era bastante assustador eu perceber que ainda estava apaixonada por ele, porém pior é o silêncio – O que tem de novo para me contar?

Como se acordado de um sonho profundo, ele começou a responder com uma voz que eu achei muito sexy.

-Advinha onde eu estou?

Apesar de todo o meu atrapalhamento inicial, eu já conseguia colocar meus pensamentos em ordem e, quando ele perguntou isso, todos os meu genes irônicos resolveram aflorar no momento.

- Hum... deixe-me pensar... Se está me perguntando isso, é porque deve estar em um lugar marvilhoso... Talvez, Espanha? Alias não... Já sei! Você está em Nova York com o pessoal da Vogue, fazendo o ensaio fotográgico da Gisele Bündchen, daí decidiram que eu vou poder ficar no staff, mas só pra viajar de graça e que eu não preciso dormir com ninguém para isso!

Na mesma hora o clima ficou tranquilo, ele começou a agir como sempre acontecia depois dos momentos (tensos) iniciais. Sempre quando começávamos a nos falar era assim, o início era sempre carregado de uma tensão, mas que depois (graças ao meu terrível humor ácido), se transformava na mais pura camaradagem. Eu não gostava, eu queria que ele tomasse uma iniciativa, pois eu era muito covarde para isso porém prefiria ter a sua amizade a nada.

-Bem, chegou bastante perto... tenta mais um pouco, sei que você consegue, gatinha.
Mesmo por telefone, ele me fez corar. Ele ainda estava com aquela voz sexy, mas era altamente normal ele me chamar por apelidos do tipo. Eu fui dizendo vários lugares, cada um mais improvável que o outro e ele seguia dizendo “vai gatinha, sei que consegue mais que isso”. Depois de passados uns bons 5 minutos, meus olhos encontrarm algo que eu não esperava no outro lado da rua do restaurante. Me limitei a prender a respiração por alguns instantes para depois soltar o ar de vez.

-Acho que sei onde você pode estar.

-É? –Disse ele me encarando, enquanto atravessava a rua – Então diga.

-Acho que você está ... louco. Por que está me ligando, se sabia onde eu estava?
Ele continuava a me encarar enquanto eu fechava o celular. Cruzei os braços em uma atitude brincalhona, fingindo mau humor. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo. Ele me olhava de uma maneira diferente. Já nos conheciamos a 5 anos ele sempre me olhou com carinho, mas dessa vez ele carregava outra coisa, suas pupilas estavam dilatadas e eu não consegui respirar. Meu coração parecia que teinha assumido a rotina contrária a de antes. Se antes ele tinha parado, agora acelerava, levando muito sangue para o meu rosto

-Oi – ele me falou, entrando no restaurante e me encarando a 15 cm de distância. Isso era interessante, pois até a essa distância, eu tinha que olhar para cima, para enchergar seus olhos.

- Ãm... oi? – Falei, mas sem firmeza alguma.

Descruzei os braços e então o inesperado aconteceu. Ele continuou me encarando e sorriu. Um sorriso que fez minhas pernas ficarem bambas. Então uma de suas mãos envolveu a minha cintura, enquanto ele levava a outra e tocava minha bochecha. Eu não sabia o que fazer, então, em um gesto automático, envolvi seu pescoço com meus braços e ele pareceu gostar do meu movimento, pois em uma batida de coração, me puxou em direção aos seus lábios e lá depositou o mais tenro e, ao mesmo tempo, forte dos beijos. Minha barriga parecia estar povoada por borboletas, que eu não conseguia fazer com que se acalmassem.

Sentia como se pudesse permanecer ali por toda a eternidade, até que nos afastamos. Eu mantive os olhos fechados, com medo de que fosse um sonho e que quando os abrisse, tudo voltaria ao que era.

-Liu? Poderia abrir os olhos? – Perguntou Túlio com a voz com um leve tom de humor – deixe-me ver seus lindo olhos.

-Não. – Respondi categoricamente. Mas então, comecei a abrir os olhos enquanto esboçava um sorriso. Lágrimas começaram a escorrer do meu rosto. Ele se agachou até ficar na altura dos meus olhos e, dessa vez, segurou meu rosto com as suas duas mãos.
-Por que chora? Não quero que chore mais – ele disse isso enquanto enchugava minhas lágrimas com seus dedões – Não quero te fazer chorar nunca mais e quero que me perdoe por ter te feito sofrer por tanto tempo.

- Você não me fez sofre... Não poderia...

Ele continuava a me encarar com seus lindos olhos castanhos.

-Sei que fiz, mas não foi de propósito. Sempre achei que você era indiferente a mim. Sempre foi tão carinhosa e cuidadosa com todos, que achei que nunca se interessaria pelo que sou. Por isso me arrependo profundamente, pois só depois que Hugo me contou que você gostava de mim, é que eu pude tomar uma iniciativa.

Então toda a realidade caiu sobre mim. Eu sempre tentei ser uma pessoa prestativa, mas nunca pensei que, por causa disso, corria o risco de perder o “grande amor da minha vida” (apesar desse ser um conceito que eu não sei se acredito muito). Sou muito covarde para tomar uma iniciativa e, nesse momento, só podia agradecer a Hugo por aquilo está acontecendo.

Entre lágrimas e sorrisos, consegui perguntar:

-O que foi que o Hugo te contou?

-Bem, não sei o quanto é tudo. Mas ele me contou que desde que nos conhecemos, vem falando de mim, de como sou carinhoso, atencioso... E isso já tem o que? 5 anos né? – confirmei com a cabeça – e você nunca me disse nada, sempre me tratou como se eu fosse mais um...

Nessa hora meus olhos se voltaram mais rebeldes e resolveram transbrodar. Tentei começar a me desculpar, mas Túlio me silenciou com outro beijo.

-Não pessa desculpas por ser uma pessoa carinhosa. Eu que fui estupido, deveria ter notado que era tímida.

Então ele me abraçou forte, enquanto eu passava a mão por dentro de seus braços e o abraçava de volta, escondendo meu rosto em seu peito.

-Liu?

-Hum – falei com a cabeça ainda encostada em seu peito, enquanto tentava guardar o seu cheiro (que era uma mistura de sabonete com algo que eu acredito ser apenas dele) dentro de minha cabeça.

-É que, bem... Eu terminei definitivamente com a Lydia e eu percebi uma coisa. Espero não estar sendo muito apressado.

Me mantive em silêncio, ainda não podia encará-lo. Então ele continuou.

- Eu nunca amei ela, era sempre a imagem de outra pessoa que vinha em minha mente. Bem, você... hum... você quer namorar comigo? Sabe, pra valer?

Comecei a rir, o som saiu abafado pela sua blusa, mas não pude deixar de me afastar e encarar seu rosto, enquanto voltava a passar os braços por seu pescoço.

-Sim, definitivamente sim.

sábado, agosto 01, 2009

Momento Alice Cultural

Acordei esse sábado sem saber muito bem o que esperar... Já tinha organizado na minha agenda tudo o que tinha para fazer no dia (o que, para quem não sabe, deve ser considerado um dos sinais do Apocalipse... algo no "pai" Google pode confirmar o fato que: Alice + Organização = não existe). A lista não era muito extensa, admito, mas tinha o básico do que eu deveria fazer.

O que constava nela (indo procurar minha super-ultra-mega-desoganizada-e-cheia-de-papel agenda):

* Dentista (Xan)
* Mídia DVD
* Papel Contact
* 3 folhas de papel carmim
* Crédito Salvador Card
* Crédito celular
* Clube do livro


Nem era um dia tão cheio e nem seria tão complicado se a maioria desses itens não envolvessem eu me deslocar até a Lapa (sim... Ô suplício!) com um detalhe básico: minha sapatilha (que eu nunca tinha usado - vacilo meu) faz calo! E não é só em um ponto exclusivo, onde eu poderia tentar salvar o pedaço da pele com Band-aid (isso é marca ou é o nome do troço?).

Claro que não.

Se tratando do meu ser, se fosse só um pedaço eu estaria feliz. Mas a sapatilha não ia me dar esse gosto. Nossa batalha foi dura e longa. De um lado, ela, apertando todos os meus pobres dedinhos já massacrados por todos os dias em que utilizo sapato fechado. Do outro, eu, com sono por ter acordado cedo e com raiva por não ter seguido o conselho de minha mãe ("coloque papel, menina! Isso vai fazer calo!"). Já deveria saber: conselho de mãe deve ser ouvido a risca, acho que tem algum tipo de complô no universo que diz que o que mãe fala é lei...

Continuando...

A sapatilha (ou será sapato-do-lá-ele?) conseguiu o feito histórico de machucar todo o meu pé! Não feliz por massacrar apenas o meu calcanhar, detonou meu dedinho, o lado do meu pé e a parte de baixo (desconheço os nomes científicos e/ou vulgares dos dois últimos). Tradução: calçar qualquer outra coisa agora é pedir para morrer de dor.

Fiz tudo o que tinha que fazer (que seria até a parte do crédito para celular da lista) e ainda deu tempo de umas comprinhas extra-lista (adeus dinheirinho, ou melhor, merrequinha!) e voltamos para casa, eu e meu irmão. No percurso, minha mãe me liga e avisa que Isis queria falar URGENTEMENTE comigo. Eu que não sou besta e já com a idéia do complô universal em mente, prontamente liguei para Isis, afim de descobrir o que havia acontecido, afinal, URGENTE é URGENTE.

Foi aí que percebi que até a ordem universal pode ficar dessincronizada (ou, como diria Caetano: "Alguma coisa está fora da ordem Fora da nova ordem mundial"). Não tinha nada de urgente na conversa. Isis ligou me chamando para ir a uma festa com ela, o namorado e uma amiga dela (que também é minha amiga, de certa forma, pois ela cativa todo mundo). Eu até considerei a hipótese de ir, porém aqueles sentimentos persistentes de insegurança, medo do desconhecido e fobia de conhecer novas pessoas, resolveram se apossar de mim (de novo, igual aos Teletubies) e eu, medrosa como sou, disse que não... Realmente espero que ela não fique chateada. Claro que não admiti para ela que o real motivo eram meus problemas psicológicos. Sai pelo método não muito ortodoxo, dizendo que tinha alguns problemas par resolver (o que não tem lógica, pois iria sair a noite), por sorte, ela já me conhece a bastante tempo para perceber que eu sou anormalmente anormal.

Urrando de fome e com o pé esfolado da dura batalha anterior, corri para o banho. Já eram 13:10 e tinha marcado para encontrar um pessoal as 15h no Shopping Barra (é isso mesmo, o último tópico do dia: O clube do livro, yupi!). Almocei e sai correndo para chegar no ponto a tempo, com medo de que tivessem uma má impressão de mim logo de cara se eu chegasse atrasada, pois as pessoas costumam me julgar logo quando me conhecem.

No limite de tempo permitido pelo decoro, cheguei no local marcado. Porém um detalhe importante: como é que eu iria reconhecer as garotas do clube? Eu sou terrível em lembrar fisionomia, principalmente se baseada em fotos de Orkut, que nunca parecem com a pessoa mesmo (fala sério! Até eu engano uns bestas pela minha foto!). Mas eu sou dotada com uma mente (quando quer) brilhante! Como alguém que não quer nada, fui me aproximando de duas meninas que estavam sentadas com caderninhos sobre a mesa... Apesar do meu trauma já citado, fui perguntando se estava no lugar certo... quando a garota com a florzinha no cabelo foi respondendo:

--É o clube do livro sim.

Um audível suspiro saiu do meu peito (Ufa!), sentei na mesa e começamos a conversar quando "a quarto" elemento apareceu, ela havia sido a idealizadora do clube e tudo mais.

Achei todas as 3 garotas super legais. Não apareceu mais ninguém da comunidade do orkut, mas tudo bem. O interessante é que as três já se conheciam a séculos e eu meio que me senti "um estranho no ninho" logo de cara, mas elas foram super simpáticas e eu acabei ficando um pouco mais comunicativa (tá, bem mais comunicativa... Basta eu ter oportunidade que solto o verbo). A tarde foi regada a café, a "aperto de botões" (uma "paradinha" super legal que tem nas mesas do café, onde você aperta e vem o garçon - a "tabaroa" aqui achou a idéia o máximo!) e a muito papo de livros.

É super legal encontrar garotas que gostam do mesmo tipo de literatura que você, sendo que a faixa etária é muito próxima (não 12 anos, como estou acostumada - sem comentários). Elas estão super a frente de mim no quesito variedade, e isso é o máximo! Pois significa mais dicas para mim sobre o que devo ou não ler (yupi).

De volta ao meu lar, tomei banho e sentei no computador, resolvi escrever logo antes que eu esquecesse algum fato interessante.

Como diria um sábio do século passado: E isso é tudo pessoal!

Hugs
paz

p.s.: não reparem os erros gravíssimos durante o texto, tudo tem uma explicação: a minha é o sono e a falta de um Word =/