terça-feira, agosto 04, 2009

Uma Estória minha

Hoje vou postar uma pequena ESTÓRIA minha. Sem fatos reais, nem personagens reais, nem baseado em nada real. Apenas um conto de uma pessoa que não tinha o que fazer.

Pronto, disse.

Na verdade, qualquer semelhança é, realmente, mera coincidência.
Hugs

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Eu estava em um restaurante com uma amiga, em pleno horário de almoço. Estava muito abatida os últimos dias por causa da minha estupidez constante. Nada demais, só o de sempre mesmo. Mas uma vez eu tinha perdido a chance de admitir meus sentimentos por conta da minha constante timidez.

Minha vida tinha se convertido em uma sequência digna do “Sexta-feira treze”. Até pouco tempo atrás, eu podia jurar de pé junto que estava apaixonada por um cara. Não qualqure cara, era o Túlio. Nos conhecemos 5 anos antes, através de um amigo em comum e acabamos nos tornando grandes amigos, só que eu não sentia apenas amizade por ele. Era muito mais do que isso. Não saberia explicar, pois nunca fui uma pessoa “apaixonável” (tá, inventei a palavra sim, não encontrei outra para colocar aqui), mas sentia algo diferente por ele. Ficava nervosa, gaguejava... Quase um pesadelo. Mas nada disso parecia fazer diferença, pois parecia que ele sequer notava que eu era uma garota!

Como eu disse, nos tornamos amigos logo de cara, tinhamos muitos gostos em comum e, mais ainda, gostos diferentes, o que nos fez tomar como questão de honra mostrar para o outro o que ele estava perdendo. Nossa amizade sempre seguiu por essa linha. Eu apaixonada e ele me tratando como se nada estivesse acontecendo.

Claro que nesses 5 anos cada um de nós teve suas aventuras e namoricos. Em uma certa fase minha, que eu havia decidido esquecer ele, conheci um cara que durou mais de dois meses comigo, o que é realmente um feito, pois eu meio que maltratava ele. Nada demais, só que ele era do tipo “balada” e eu sou do tipo “barzinho”, se é que me entendem. Como nada do que eu tinha era sério e nenhuma das garotas que Túlio se envolvia (sim, envolvia, pois apenas duravam umas 2 noites cada) parecia ter futuro, acabei me acomodando.

Mas nada no mundo parecia fazer sentido naquele momento.

Mais ou menos cinco meses antes, Túlio viajou com a equipe de filmagem dele (ele faz documentários, quer profissão mais sexy que essa?), o que é altamente normal para ele. Só que ele voltou com uma novidade: ele estava noivo.

N-O-I-V-O.

Pois é, todas as minhas esperanças resolveram fugir de vez. Em menos de um mês que ele ficou na Austrália, me volta com essa novidade e, o que é pior, querendo que me tornasse a nova-melhor-amiga da sua futura esposa. Se eu realmente fosse um ser humano, teria dado um belo de um tapa na cara da garota e gritado horrores. Mas como minha mente parece funcionar em uma frequência diferente da normal, acabei aceitando o pedido dele e acabamos virando amigas. A garota era realmente legal. Com o noivado, vieram outras informações adicionais como, por exemplo, o fato de que ele iria morar nas Austrália com a garota. Ou seja, além de perde-lo como meu objeto de desejo, ainda perderia meu amigo.

Mas o destino parece gostar de brincar comigo. Túlio havia se mudado para a Austrália a apenas 2 semanas quando ele disse que voltaria para o Brasil. Eu já não tinha notícias dele há pelo menos 1 mês, o que significa que eu estava tentando tirá-lo do meu sistema (experiência essa que se mostrou bastante inútil, diga-se de passagem). Fiquei sabendo através do nosso tal amigo em comum. Não sabia o motivo de sua vinda e também não sabia quando iria embora. A única certeza era a de que não o veria mais.

Mas aquela era uma segunda-feira em pleno verão. O sol estava escaldante (o que é totalmente aceitável para Salvador) e o calor insuportável, o que só me deixava mais abatida por não poder estar em qualquer outro lugar (que não fosse ali), mas aquele era um dos locais mais tranquilos para se ter uma refeição perto do escritório onde trabalho.

O dia estava correndo sem grandes acontecimentos. Pela manhã fiz algumas ligações, modifiquei alguns traços de um layout para um site que estou desenvolvendo (às vezes esse trabalho pode ser bastante cansativo). Mas, não sei porque, senti que algo estava diferente, uma pequena vibração no ar. Tá, eu não podia sentir essa tal “vibração no ar”, mas tinha algo REALMENTE diferente. Quando meu telefone tocou, quase tomei um susto. “Preciso mudar meu toque urgentemente”, foi a primeira coisa que me ocorreu. Na época estava tocando a música “Sick of life”, do Godsmack, o que é totalmente irrelevante com esse relato, mas ele não combina em nada comigo. Sou uma garota que passa despercebida na maior parte dos lugares. Sou alta com bochechas rosadas, com cabelos castanhos e ondulados. Apenas utilizo roupas “clássicas” em tons claros e sapatos sem salto. Só a partir dessa descrição dá pra notar que Godsmack não combina comigo, mas não importa, eu sempre fui um pouco controversa. Sou uma sucessão de paradoxos.

Mas isso não vem ao caso.

Quando olhei de quem era a ligação, meu coração parou por uns 5 segundos. Devo ter ficado com uma cara estranha, pois Maria já tinha se apressado em perguntar:

- Liu, tudo bem? Quem é no celular?

Eu encarei Maria ainda com a cara branca de nervosísmo.

- humm... É o Túlio.

- ATENDE LOGO ESSE TELEFONE, ENTÃO!!

Não era realmente necessário ela gritar, pois era óbvio que eu iria atender. Mas pelo menos aquela reação dela me fez acordar do turpor que a ligação me havia causado. Me rcompus o melhor que pude (o que, de fato, não quer dizer nada), mas fiz a mesma coisa que sempre fazia quando Túlio resolvia me ligar.

-Alô? – me fiz de desentendida assim que atendi o celular, não podia deixar transparecer que minha respiração estava irregular.

- Liu? Oi, é Túlio.

- Ah! Oi Túlio, tudo bem? – Enquanto falava, me levantei da mesa em que estiava almoçando com Maria e fui até um dos grandes janelões que estava aberto de onde eu poderia ver toda a rua e onde ninguém escultasse o que eu estava falando.

- Tudo sim... e com você? – No momento, eu não pude perceber a exitação na voz dele, só muito mais tarde eu me toquei do fato.

-Bem...

-Ah, que bom...

(silêncio)

-Então, Túlio – Eu não podia deixar aquele silêncio constrangedor entre nós, já era bastante assustador eu perceber que ainda estava apaixonada por ele, porém pior é o silêncio – O que tem de novo para me contar?

Como se acordado de um sonho profundo, ele começou a responder com uma voz que eu achei muito sexy.

-Advinha onde eu estou?

Apesar de todo o meu atrapalhamento inicial, eu já conseguia colocar meus pensamentos em ordem e, quando ele perguntou isso, todos os meu genes irônicos resolveram aflorar no momento.

- Hum... deixe-me pensar... Se está me perguntando isso, é porque deve estar em um lugar marvilhoso... Talvez, Espanha? Alias não... Já sei! Você está em Nova York com o pessoal da Vogue, fazendo o ensaio fotográgico da Gisele Bündchen, daí decidiram que eu vou poder ficar no staff, mas só pra viajar de graça e que eu não preciso dormir com ninguém para isso!

Na mesma hora o clima ficou tranquilo, ele começou a agir como sempre acontecia depois dos momentos (tensos) iniciais. Sempre quando começávamos a nos falar era assim, o início era sempre carregado de uma tensão, mas que depois (graças ao meu terrível humor ácido), se transformava na mais pura camaradagem. Eu não gostava, eu queria que ele tomasse uma iniciativa, pois eu era muito covarde para isso porém prefiria ter a sua amizade a nada.

-Bem, chegou bastante perto... tenta mais um pouco, sei que você consegue, gatinha.
Mesmo por telefone, ele me fez corar. Ele ainda estava com aquela voz sexy, mas era altamente normal ele me chamar por apelidos do tipo. Eu fui dizendo vários lugares, cada um mais improvável que o outro e ele seguia dizendo “vai gatinha, sei que consegue mais que isso”. Depois de passados uns bons 5 minutos, meus olhos encontrarm algo que eu não esperava no outro lado da rua do restaurante. Me limitei a prender a respiração por alguns instantes para depois soltar o ar de vez.

-Acho que sei onde você pode estar.

-É? –Disse ele me encarando, enquanto atravessava a rua – Então diga.

-Acho que você está ... louco. Por que está me ligando, se sabia onde eu estava?
Ele continuava a me encarar enquanto eu fechava o celular. Cruzei os braços em uma atitude brincalhona, fingindo mau humor. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo. Ele me olhava de uma maneira diferente. Já nos conheciamos a 5 anos ele sempre me olhou com carinho, mas dessa vez ele carregava outra coisa, suas pupilas estavam dilatadas e eu não consegui respirar. Meu coração parecia que teinha assumido a rotina contrária a de antes. Se antes ele tinha parado, agora acelerava, levando muito sangue para o meu rosto

-Oi – ele me falou, entrando no restaurante e me encarando a 15 cm de distância. Isso era interessante, pois até a essa distância, eu tinha que olhar para cima, para enchergar seus olhos.

- Ãm... oi? – Falei, mas sem firmeza alguma.

Descruzei os braços e então o inesperado aconteceu. Ele continuou me encarando e sorriu. Um sorriso que fez minhas pernas ficarem bambas. Então uma de suas mãos envolveu a minha cintura, enquanto ele levava a outra e tocava minha bochecha. Eu não sabia o que fazer, então, em um gesto automático, envolvi seu pescoço com meus braços e ele pareceu gostar do meu movimento, pois em uma batida de coração, me puxou em direção aos seus lábios e lá depositou o mais tenro e, ao mesmo tempo, forte dos beijos. Minha barriga parecia estar povoada por borboletas, que eu não conseguia fazer com que se acalmassem.

Sentia como se pudesse permanecer ali por toda a eternidade, até que nos afastamos. Eu mantive os olhos fechados, com medo de que fosse um sonho e que quando os abrisse, tudo voltaria ao que era.

-Liu? Poderia abrir os olhos? – Perguntou Túlio com a voz com um leve tom de humor – deixe-me ver seus lindo olhos.

-Não. – Respondi categoricamente. Mas então, comecei a abrir os olhos enquanto esboçava um sorriso. Lágrimas começaram a escorrer do meu rosto. Ele se agachou até ficar na altura dos meus olhos e, dessa vez, segurou meu rosto com as suas duas mãos.
-Por que chora? Não quero que chore mais – ele disse isso enquanto enchugava minhas lágrimas com seus dedões – Não quero te fazer chorar nunca mais e quero que me perdoe por ter te feito sofrer por tanto tempo.

- Você não me fez sofre... Não poderia...

Ele continuava a me encarar com seus lindos olhos castanhos.

-Sei que fiz, mas não foi de propósito. Sempre achei que você era indiferente a mim. Sempre foi tão carinhosa e cuidadosa com todos, que achei que nunca se interessaria pelo que sou. Por isso me arrependo profundamente, pois só depois que Hugo me contou que você gostava de mim, é que eu pude tomar uma iniciativa.

Então toda a realidade caiu sobre mim. Eu sempre tentei ser uma pessoa prestativa, mas nunca pensei que, por causa disso, corria o risco de perder o “grande amor da minha vida” (apesar desse ser um conceito que eu não sei se acredito muito). Sou muito covarde para tomar uma iniciativa e, nesse momento, só podia agradecer a Hugo por aquilo está acontecendo.

Entre lágrimas e sorrisos, consegui perguntar:

-O que foi que o Hugo te contou?

-Bem, não sei o quanto é tudo. Mas ele me contou que desde que nos conhecemos, vem falando de mim, de como sou carinhoso, atencioso... E isso já tem o que? 5 anos né? – confirmei com a cabeça – e você nunca me disse nada, sempre me tratou como se eu fosse mais um...

Nessa hora meus olhos se voltaram mais rebeldes e resolveram transbrodar. Tentei começar a me desculpar, mas Túlio me silenciou com outro beijo.

-Não pessa desculpas por ser uma pessoa carinhosa. Eu que fui estupido, deveria ter notado que era tímida.

Então ele me abraçou forte, enquanto eu passava a mão por dentro de seus braços e o abraçava de volta, escondendo meu rosto em seu peito.

-Liu?

-Hum – falei com a cabeça ainda encostada em seu peito, enquanto tentava guardar o seu cheiro (que era uma mistura de sabonete com algo que eu acredito ser apenas dele) dentro de minha cabeça.

-É que, bem... Eu terminei definitivamente com a Lydia e eu percebi uma coisa. Espero não estar sendo muito apressado.

Me mantive em silêncio, ainda não podia encará-lo. Então ele continuou.

- Eu nunca amei ela, era sempre a imagem de outra pessoa que vinha em minha mente. Bem, você... hum... você quer namorar comigo? Sabe, pra valer?

Comecei a rir, o som saiu abafado pela sua blusa, mas não pude deixar de me afastar e encarar seu rosto, enquanto voltava a passar os braços por seu pescoço.

-Sim, definitivamente sim.

8 comentários:

  1. Liceeeeeeeeeeeeeeeeeee

    quero viver isso ai tbm... n q seja 5 anos e tal!
    Mais um cara q chega junto assim é bom heim??
    Sua personagem se deu bem.... =p

    Parabéns pela desenvoltura dos fatos... muito massa mesmoooooooo

    se cuida garotaaa

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  2. Que drama irônico, muito bom mesmo.
    O texto ficou ainda melhor do que estava.

    hugs(kkkkkkk)

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  3. Carinha cheio de ímpeto esse Túlio hein... Mesmo assim, ainda acho que não há nada como um belo final feliz!

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  4. Aliceeeeeeeee
    A-D-O-R-E-I!!!!!!

    Parabéenss!!!

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  5. Vamo nessa então vou colcar minha opnião.
    Seu texto ta muito bom, gostei bastante, principalmente do meio pro final que a estória teve um sentido mais fixo. O romance, o amor, o sentimento do texto ta nota mil, amei mesmo pq eu conseguir entrar nele hehehe. O unico ponto negativo foi so o começo que fiquei meio confuso... Mas vou te explicar tudo.
    Parabéns pelo texto ^^

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  6. Caramba Liu,
    esta estória, é tão maravilhosa que dava um filme, cara!
    Ri alto (surpreso comigo mesmo), de suas palavras e considerações íntimas, entremeadas no relato, menina querida! ...chorei aqui como criança emotiva, você é o máximo! E olha! ...escreva sim, muito, sua vida é predestinada para a "engenharia" mas, dos sentimentos, parabéns!!!
    Você prendeu minha absoluta atenção por uma boa hora, querendo e lendo atentamente palavra por palavra, chegar ao fim sem fim de sua felicidade, e do desatento mas, privilegiado Túlio.
    Um abraço enorme continuarei te seguindo é ótimo! Prazer total! Espetáculo!
    E, tenha certeza, comprarei seus livros quando os publicar! ...por favor! Faça isso!!! :)

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  7. Semelhança com os personagens é mera coincidência, hum?!

    A-D-O-R-E-I!

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