quinta-feira, outubro 01, 2009

Sob Medida

Bem, decidi postar um diário fictício criado por mim. É o diário de uma garota de 25 anos chamada Eliza, mas conhecida por Liz. Na estória tem partes reais e outras imaginárias (a maior parte), vou colocar o primeiro post agora, espero que gostem.

Liu Teixeira
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Quando se é criança, isso é, antes de entrar na puberdade, aquela fase onde nada é legal, tudo parece ser simples. O fato de você ser o maior da sala, ou o mais redondinho não faz a menor diferença.

Pois é, eu era feliz e não sabia.

O fato é que essas crianças crescem e, por você ser diferente, acaba sendo taxado como “estranho”, assumindo assim milhões de apelidos totalmente perjorativos ou, como no meu caso, ter que ouvir no meio da rua, pelo irmão mais velho de sua amiga, aquela frase cruel: “Menina, você é feia!”. Sim, isso aconteceu.

E assim cresci. Dos 13 aos 25 anos como uma garota “estranha” assumida (bem, não tão assumida, nunca faria isso em público, mas basta olhar para perceber), mas enfim...
GENTE! Como sou mal educada! Nem se quer me dei o trabalho de me apresentar...
Bem, meu nome é Eliza Alves, herdei o nome de minha bisavó que eu nunca conheci e que minha mãe não gostava, mas que minha falecida avó era fã. Vencida a batalha, ganhei o nome. Como já informei, tenho 25 anos, aquariana (viva!), 1,75 m de altura e, bem, 90kg. Sim, sou alta, peso pesado e, para completar o jogo, completamente desengonçada. Mas nem se preocupe, não estou aqui para chorar minhas mágoas...

MENTIRA!

Claro que estou aqui para chorar minhas mágoas! Se não, isso não seria o meu blog!

Além do mais, onde eu o faria?

Tá, continuando minha apresentação. Sou filha única de pais separados. Atualmente minha mãe está em Minas Gerais com o novo marido dela (o qual eu sou super fã, ele é extremamente simpático, mamys deu sorte), já meu pai está envolvido em campanhas humanitárias na África, que eu acho o máximo (e é ótimo para se comentar em uma conversa). Sou formada em letras, mas trabalho, quer dizer, faço “bicos” escrevendo pequenas matérias para sites de vários lugares do Brasil, apesar de morar em Salvador, uma terra onde (quase) nada acontece. Não é um grande trabalho nem nada, mas paga as contas e serve para juntar um pouco para eu realizar meu grande sonho de ir morar na Europa, mais especificamente, em Londres.

Eu moro sozinha em apartamento que meu pai me deu de presente, ele é super pequeno, mas dá pra viver bem, afinal, ninguém nunca vem aqui (a não ser umas amigas minhas, para assistirmos filmes e comermos pipoca). Fora que fica bem localizado, próximo a praia, em um condomínio de apartamentos onde todos me conhecem de pequena.

Já descrevi um aspecto da minha vida, agora o outro... Se minha vida amorosa fosse um filme, ele não passaria dos créditos iniciais. Sei que parece exagero, mas juro que não é. Realmente não tenho sorte com o sexo oposto.

Estou, literalmente, encalhada.

Condição atual: zero namorados

Bem... Sei que a forma como iniciei esse texto foi um tanto quanto estranha (pra não dizer incomum ou aloprada), mas é que eu tenho essa tendência de dramatizar as coisas. Quando pequena, minha mãe sempre me chamava de rainha do drama e que a televisão estava perdendo uma grande atriz. A questão é que comecei falando de pessoas que são excluídas e tal, e eu não era uma “excluída” (apesar do incidente com o irmão de minha amiga, eu até que tinha uma quantidade significativa de amigos), acho que é o meu humor, não sou do tipo que deixo que me vejam triste, normalmente sou aquela que dá conselhos (apesar de não seguir muitos dos que eu digo). Nunca fui a mais bonita, a mais legal ou a mais inteligente, esses postos eram ocupados (acreditem) por minhas melhores amigas, não era de me importar muito, mas essa condição de coadjuvante continua a me seguir.

A questão é que devo ser traumatizada por:

• Nunca ter recebido uma cartinha se quer de um garoto se declarando;
• Ter medo do Correio elegante (algo que eu passei a abominar) e;
• Aos 14 anos eu já odiar o dia dos namorados.

Quando terminei o colégio, logo pensei “é agora que o jogo vai mudar” e, bem, realmente mudou. Foi nesse tempo que minha mãe se casou e se mudou e, por minha família ser bem reduzida (sem primos, primas tios, avós... nada), fiquei sozinha aqui em Salvador, para terminar a minha faculdade. Fora essa mudança, continuei sendo a gordinha-engraçada-amiga-de-todos.

Mas olha eu dramatizando novamente! Minha vida não ficou completamente estagnada. No meu 3º semestre da faculdade eu, uma jovem de 18 anos, conheci o Pablo, um belo chileno de 1.80m, aluno do intercâmbio. Aparentemente, ele gostou de mim pois, desde que nos conhecemos, começamos a nos... hum... relacionarmos. Pena que o intercâmbio dele apenas durou mais 3 meses. O que vale é o que Vinícius de Moraes uma vez escreveu “Mas que seja infinito enquanto dure” e garanto: foi. Digamos que eu quase repeti o semestre (que eu iria refazer comum sorriso estampado no rosto). Mas ele foi embora e eu passei nas matérias. Atualmente somos bons amigos e nos enviamos cartões em datas especiais. Ele amadureceu por lá, casou e tem uma filha linda de 5 anos que me chama de tia quando nos falamos pela webcam.

E assim acaba a minha história de amor. Eu fico imaginando que, por causa disso, eu deveria ser uma pessoa amargurada e rabugenta, criando 14 zilhões de gatos e
espantando criancinhas com uma vassoura.

- saiam seus moleques emprestáveis!

Era isso que eu deveria estar dizendo, e não distribuindo doces ou dando livros de presente (pois é exatamente isso que eu faço, acabei criando um dia especial da semana onde leio para os menores, sou super popular com eles aqui no condomínio).
Bem, acho que para uma apresentação basta, não é?

Espero poder escrever logo por aqui.

Beijos
Eliza Alves
Jornalista Freelancer

2 comentários:

  1. Liu, adorei. Se continuar assim vai virar um livro, um bom livro.
    Vá em frente aposto em vc.
    Meg Cabot que se cuide.

    Bart Simpson

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  2. Liu, é quase impossivel acontecer isso. " Menina você é feia viu? " Coitada da personagem, mas normalmente que da essas ideias são retardados ou feios. Por exemplo, tem uma mulher na faculdade que parece a bruxa da branca de neve quando se transforma, mas ninguem nunca falou nada. Correio elegante é bizarro, ja recebi um me escaldando auehuahuahea.
    Parando mais pra analisar o texto, quem não rir dele pq ja sofreu com isso e tem sequelas até hoje. E o texto não ta só forte, ele ta realmente engraçado, só que é como falei. hehe
    Beijo

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