terça-feira, julho 28, 2009

Aquela garota...

Aquela era uma garota diferente. Estava sempre com um livro em uma das mãos e um grande copo, provavelmente com café, na outra. A cada pessoa que se dirigia a ela, essa fechava o livro, não esquecendo de marcar as últimas linhas lidas com um marcador puído que havia ganhado a muito tempo atrás, tirava os óculos com o grau mais fraco do que deveria e enganchava uma das pernas de qualquer jeito na gola de sua blusa. Após isso, oferecia um grande sorriso amistoso para a pessoa.
Alguns consideravam-na culta, outras uma metida e ainda tinham aqueles que não possuiam opinião formada. Mais a verdade é que ela era apenas uma garota que gostava de ler. Uma leitora. Não lia grandes títulos para impressionar, apenas lia aqueles que, de alguma forma, a fizessem sentir como pertencente a aquele mundo, não importando se é fantasia ou tragédias reais.
Essa garota costumava dizer que não tinha vida própria, que seu prazer era viver através dos personagens dos seus livros, mais a verdade é que ela descobriu uma forma nova de viver, uma em que ela era a personagem principal de inúmeros contos. Porém, durante muito tempo foi levada a crer que seguia pela direção errada, as vezes se deixando levar por outros percursos, mesmo assim, sempre encontrava um desvio pelo caminho, que a retornava para a sua trilha. O mais importante depois de todos esses desvios, é que tal garota aprendeu que cada dia é uma aventura a ser descoberta. De se levantar e ir ao banheiro, a lutar contra monstros no armário, tudo se trata de um grande feito extraordinário.
Aquela garota, essa garota, eu.
Apenas seguindo como acho ser correto.
Espero que me alcance.

hugs

4 comentários:

  1. Ecológica,

    Engraçado como são as coisas e essas "coincidências", que na verdade não existem. Eu ia comentar seu texto passado, mas acabou surgindo um monte de coisas que não tive tempo de abrir a internet para nada. De qualquer maneira, não ia falar sobre o texto, ia falar sobre você e, por incrível que pareça, coisas que permeiam esse texto de agora.

    Adoro ler seus escritos. Eles são suaves, com um humor sutil, um texto gostoso de saborear. Claro, uma cabecinha de vinte aninhos só poderia produzir tais coisas com tanta propriedade se passeasse com muita desenvoltura pelo mundo das letras, como é o seu caso. Você, nesses poucos anos, já leu mais que eu ao longo dos meus quarenta. Acho que o vasto repertório ajuda na sua composição, mas o principal, com toda certeza, vem de você mesmo. Um jeito tímido de falar com segurança sobre os mais variados temas.

    Sou sua fã, não só dos textos, da pessoa, da menina.

    Bj.

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  2. Liu e seus textos fascinante, textos esses cheios de mistérios, contos pessoais e romance.

    Sou apaixonado pelos seus textos.
    Aguardando novas postagem.:)

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  3. Menina..mulher!
    o que falar quando se acaba de ler um texto desse?!?!
    me perco completamente nas palavras, tentando ordena-las de forma correta para tentar expressar o que eu sinto a cada dia quando vc me surpreende com esses textos! E descubro que n consigo...
    Apenas me embaraço em várias frases sem sentido ou frases que muitos ja disseram!
    O mínimo que posso dizer é q eu sou completamente "apaixonada" pela maneira como se escreve... e tô procurando a cada dia me parecer mais com vc, aprender o pouco do bom gosto p leitura q vc tem e q eu tô tentando acompanhar com maior carinho.. obrigada por tds os livros e dicas...
    quem sabe um dia poderei escrever alguns no mesmo nível que os seus!

    e... adoro ter essa menina com o livro na mão, óculos no rosto, e tomando seu café...em meus dias...

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  4. A menina que lê vê seus sonhos refletirem a cada página, a cada fala da personagem que carrega um novo prisma da sua personalidade, que a ensina um pouco mais a cada frase, a cada linha devorada.
    Momentaneamente reclusa na sua viagem, a menina vive mil vidas diferentes, sobrevive às desventuras dispostas em cada livro.

    O garoto que lê este diário impessoal observa o testemunho e nada pode fazer além de se admirar a cada frase, a cada linha devorada.
    O garoto que lê espera que os devaneios lúcidos desta menina nunca tenham um fim.

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